Primeiras Impressões: Candy Flurry / Ame no Furu

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O novo shounen de batalha da Jump!!

Finalmente temos a estreia do último lançamento dessa nova rodada de novos mangás na maior revista de quadrinhos do mundo, a Weekly Jump. Para o lugar de Build King, do autor de Toriko, que fora cancelado com 20 capítulos apenas, veio Candy Flurry! O mangá é feito pela dupla de novatos Takeguchi Ippon (roteiro) e Mitarashi Santa (arte). É difícil até de achar qualquer coisa sobre os dois no Google. O que se sabe é que o Santa-sensei já publicou cinco outros one-shots pelas revistas da Shueisha. Um deles, chamado de Yuusha no Goei, na issue #52 da Jump de 2019, outro na Jump GIGA, mais um na Shonen Jump+ e os demais não consegui achar onde saíram pela Shueisha. A Jump fez uma troca simples, tirou um battle shounen e botou outro no lugar. A semelhança de ambos é o fato de termos dois mundos curiosos e criativos. Enquanto Build King girava em torno de construções, estilo Dragon Quest Builders, Candy Flurry traz a temática de doces. Sim. DOCES.

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Pode parecer tosco ou besta. Pode parecer algo desinteressante de ler. Pode parecer algo infantil. Mas a verdade é que eu adorei o capítulo de estreia e não achei nada tosco ou infantil. A história gira basicamente em torno da protagonista, Tsumugi, e do garoto Misaki. Se passa numa Tóquio destruída por doces gigantes, mais especificamente: pirulitos. Certo dia, surgiu uma empresa de doces anunciando seus novos produtos na TV. No anúncio, havia a promessa de que teriam apenas 100 doces diferentes, uma edição limitada, com cada um dos 100 tipos com uma surpresa única. Se você comesse um deles, ganharia a habilidade de criar doces! E por causa disso… Tóquio foi dizimada. E tudo isso aconteceu há apenas cinco anos.

É uma premissa bobinha? Sim. Mas é possível criar algo bem interessante dessa ideia. Sempre tem como se fazer uma história incrível com a ideia de for. É como eu sempre digo aqui, tudo vai depender da capacidade do escritor de criar uma boa história e bons personagens. Não importa em que cenário seja.

Ame no Furu

Acredito que para muitos, Candy Flurry, ou Ame no Furu, possa acabar sendo uma estreia okay, nada muito surpreendente. De fato, o mangá não tem nada incrível no seu primeiro capítulo. Eu diria que foi uma estreia sólida, mostrou bem o mundo em que se passa a história, apresentou de maneira ótima os personagens, a personalidade de cada um, teve bons momentos de comédia, páginas bonitas e boas cenas de ação. Em comparação com Build King, eu diria que achei o mundo menos interessante, mas me interessei bem mais pelo mangá e pelos acontecimentos futuros.

Candy Flurry

Basicamente, nesse primeiro capítulo, a Tsumugi teve ameaçada a sua identidade como Usuária de Doces. Ela comeu um dos tais 100 tipos que continham esses poderes. Contudo, assim como muitos outros, ela esconde quem realmente é das outras pessoas. Não apenas por querer levar uma vida normal, mas também porque sabe da complicação e perigos que seria se revelasse seus poderes. Ela consegue criar um pirulito de vários tamanhos para atacar usuários, como se fosse a sua espada. Ao mesmo tempo que ganha algo como uma super força, que lhe permite pular de prédios e não sofrer danos. Enfim, ela teve sua identidade ameaçada por culpa de um incidente. O Misaki é quem suspeita dela. Ele faz parte da Polícia Doce, também conhecida como Recette, e tem como arma um garfo gigante (sensacional). Tentando descobrir a identidade da Tsumugi, ele se matricula na escola dela. No fim do mesmo dia, devido a um Usuário Doce do mal, acabam em uma situação preocupante…

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Não acho que Ame no Furu será uma história que se levará muito a sério, acredito que será mesmo um shounen de batalha e comédia. Não tem cara de que vai ser infantil. Vejo espaço para o mangá na revista. Talvez acabe sendo um título meio que como Yozakura Family é na Jump, nem muito popular, nem um fracasso quase sendo cancelado. Mas é complicado imaginar isso, porque qualquer mangá na Shonen Jump é passível de explodir em sucesso, como explodir em fracasso. Candy Flurry me causa dúvidas do que pode acontecer pro andamento da série. Mas uma coisa é certa, ela tem capacidade de agregar um público de todas as idades, desde crianças até jovens adultos.

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Um dos pontos fortes do mangá, pra mim, foi a protagonista Tsumugi. Adorei ela. Ela me lembra uma das características que a Sakura, de Naruto, tem e que fez todos gostarem da personagem: ela é como nós! Mas em que sentido eu digo isso? Lembram que a Sakura agia educadamente ou fingindo um comportamento amigável, mas ao mesmo tempo sempre aparecia pistola nos seus pensamentos? TODOS nós somos assim, convenhamos. Cansei de mandar as pessoas tomarem no cu nos meus pensamentos, mesmo que de brincadeira, hahaha. A Tsumugi é igual. Ela vende essa personalidade legal e querida, mas mostra logo em seguida o que realmente acha nos seus pensamentos. Ela é, sim, uma pessoa legal e querida, mas ninguém consegue ser assim 100% do tempo ou para qualquer situação. Querendo ou não, somos seres egoístas por natureza. O momento em que a Tsumugi, que é VICIADA em doces (assim como 99% de nós), consegue uma das últimas unidades de doces na lojinha é maravilhoso. Tudo graças a uns meninos que acharam ela bonita e decidiram dividir. Eu me vi nela completamente. Ela saiu de cena, da frente do outros, e mandou um YEEEES!!!! por ter conseguido as guloseimas, haha. Adorei. Ela discutindo com o porco-cachorro (que eu também adorei) foi sensacional também. No fim, deixou o seu guarda-chuva com ele, porque ela é uma pessoa bacana. Ela jogando a real, nos seus pensamentos, sobre o que estava achando das suspeitas do Misaki sobre a sua identidade foi muito divertido também. Enfim, acho que a Tsumugi é uma excelente protagonista.

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O Misaki, por outro lado, vimos muito pouco. Sabemos que ele perdeu a família com a tragédia dos pirulitos gigantes caindo do céu que dizimaram Tóquio. Sabemos que ele faz parte da Polícia Doce (maravilhoso esse nome). Que está estudando na mesma escola da Tsumugi. E que é um cara que segue SEMPRE as regras ao pé da letra. Que por sinal cria situações bem divertidas. Humor é algo muito pessoal, mas o humor que os autores fizeram com o Misaki é do tipo que eu gosto bastante. A cena dele confrontando aqueles delinquentes se confessando pra Tsumugi foi sensacional. Ele gritou de longe dizendo para eles deixarem ela em paz. Só que em vez de vir correndo ajudar ela (não que a Tsumugi precisasse), ele veio CAMINHANDO, KKKKKKKKKK!!! Por quê? Porque é proibido e perigoso correr nos corredores da escola. Desculpa, pessoal, mas eu ri legal dessa parte. O coitado ainda acabou apanhando, porque lutar contra civis é contra as regras. Enquanto ele odeia doces, pelo o que aconteceu com a sua família, a Tsumugi é viciada por eles e não vê os pirulitos como símbolo de doces do diabo, como as pessoas dizem. Acho que essas personalidades tão diferentes, entre ele e ela, tem tudo pra dar uma ótima dupla e criar várias situações interessantes.

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A parte sobre os poderes é algo que os autores podem ir longe. Só espero que não vire algo muito besta. A história pode acabar sendo algo bem genérico ou sem sal. Torço muito para que o Ippon-sensei seja bom de escrita e tenha planejado algo interessante e bem construído. É MUITO fácil de se perder em histórias de shounens de batalha. Teve uma cena em que a Tsumugi relembrou da queda dos pirulitos, enquanto ela se defendia para si mesma dizendo que existia outro usuário de pirulitos além dela e que ele era, na verdade, o culpado por aquilo. Nessa cena, apareceu esse tal vilão. E era, pela aparência, uma criança. Essa parte foi bem preocupante. Porque passa a ideia de que teremos algo meio bobinho pela frente, o que, a meu ver, comprometeria o futuro do mangá na revista. Sobre os clichês que apareceram no cap. inicial, não vejo problema algum, basta serem bem trabalhados. Tô curioso pra ver o desenvolvimento da história.

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Seria Candy Flurry o Boku no Hero com heróis e vilões Doces? Quem será que criou esses tais 100 doces? Como ele/ela conseguiu criar ”poderes”? Quem serão os envolvidos? Como funciona a polícia? O que estão fazendo pra tentar resolver esse caos? Existem várias perguntas e poucas respostas por enquanto. O criador desses 100 doces foi uma pessoa bem curiosa. Ao fazer doces darem habilidades sobrenaturais, ele/ela sabia que colocaria muitas crianças com poderes perigosíssimos, que seriam capazes de matar pessoas e destruir coisas sem nem saber das consequências, afinal são apenas crianças. Será que esses poderes passam para os filhos dos usuários? Seria uma grande ameaça se for o caso. Enfim, potencial e ideias é o que não faltam para o mangá.

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Sobre a arte, eu posso dizer que ela teve seus ótimos momentos, assim como seus momentos genéricos. O que é normal em uma publicação semanal shounen. Eu gostei. Gostei do character design dos personagens também. Não são muito diferentões em questão de aparência e acho que ficou melhor assim.

Fiquei muito feliz com essas duas estreias da Shonen Jump. Tanto Blue Box quanto Candy Flurry me agradaram bastante. Eu amo romances, então já sabia que tinha tudo pra curtir Blue Box. Mas Candy Flurry me pegou de surpresa. Talvez por eu não estar esperando absolutamente nada do mangá, que tenha gostado tanto. Com o fim de Phantom Seer, acho que ele vai acabar virando o meu queridinho, haha. Dure ele por míseros 20 capítulos ou por uma vida longa na revista. Acho muito legal ver a Jump trazendo histórias curiosas e diferentes e sempre com um potencial interessante de fazerem sucesso. Espero que continue assim. Muito bacana também ver um autor com uma ideia bem criativa como essa aparecendo. Espero ver mais trabalhos dele no futuro, caso as coisas não caminhem bem para Ame no Furu.

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Evitei comentar sobre os acontecimentos finais do capítulo para não dar spoilers. Recomendo bastante a leitura do cap. de estreia de Candy Flurry. Teve um começo seguro, que pode pender para um bom rank, assim como para um rank perigoso. Estou ansioso para ver o desempenho do título na revista. Espero que tenhamos um grande mangá pela frente, nem que seja algo apenas para nos divertirmos lendo. Nós só temos a ganhar com isso!

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Nota: 08/10

Onde Encontrar: MANGA Plus (app/site oficial da Shueisha e de graça!)

BÔNUS:

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Toda edição da Weekly Jump os autores comentam coisas aleatórias. Dessa vez temos os comentários dos dois mangakás de Candy Flurry sobre a estreia do seu mangá!

Últimas análises:

–> Oshi no Ko <–

–> Setsuna Graffiti <–

–> Soft Metal Vampire <–

–> Build King <–

–> Phantom Seer <–

–> Psyren <–

–> Ao no Hako / Blue Box <–

–> i tell c <–

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4 comentários em “Primeiras Impressões: Candy Flurry / Ame no Furu

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