A triste realidade de um leitor de mangás da Shonen Jump

phantom seer end fim manga!

A vida é assim, tudo tem seu fim.

Vivemos um tempo abençoado como leitores da maior revista de quadrinhos do mundo: a Weekly Shonen Jump. Não em todos os sentidos, obviamente. Vivemos uma vida de leitor de Shonen Jump quase como um japonês. O motivo é bem simples: acessibilidade. Tenho no meu celular o aplicativo da Shueisha, MANGA Plus (MANGA+). Nele, sou capaz e ler todo e qualquer título da revista quase que ao mesmo tempo que no Japão. Isto implica que podemos ler e conhecer todos os mangás que por lá passarão, inclusive aqueles que terminam com pouco tempo de vida. Quando que isso seria possível há uns 8 ou 10 anos atrás? Cansei de ver títulos interessantes morrendo com poucos volumes encadernados sem nem sequer poder desfrutá-los nesse lado do planeta. Como não faziam um grande sucesso ou dependíamos exclusivamente de gosto pessoal de outras pessoas, muitas scans online deixavam de traduzir e editar tais títulos para outras línguas. Hoje, não mais. Hoje, podemos ler tudo! Se antes já sentíamos tristeza quando algum título inelegível para nós se ia, imagina agora quando podemos conhecer tais histórias!

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A Shonen Jump cancelou Phantom Seer.

Merecido.

Um mangá, feito por uma dupla de autores novatos, que eu decidi acompanhar desde o começo. Uma ideia bastante interessante e cheia de potencial criada pelo roteirista e, também, mal executada. O desenvolvimento de tudo era corrido, as coisas no mundo de Phantom Seer não tinham muita densidade e profundidade, poderes novos surgiam sem mais nem menos, tudo se resolvia muito rápido. Claramente um clássico caso de mangá que estava recebendo votos e posições perigosas a ponto de tirar o seu desenvolvimento de história de maneira natural, além da falta de experiência do autor. A arte… MEU DEUS. Que arte! E aquelas cenas de horror em um mangá da Shonen Jump?! Quem diria.

Como disse, decidi acompanhar Phantom Seer. Mangá fraco. Mangá divertido de ler. Mangá que peguei um carinho quase que sem perceber. Ainda assim, meio que não me importava muito com o título.

O mangá foi naturalmente cancelado.

Neste domingo, dia 04/04, enquanto lia o capítulo final, o #30, no ônibus, durante minha ida ao trabalho na terra do Tiu Sam, fui percebendo uma certa incomodação. Um aperto no peito. Fui me encaminhando para as páginas finais até que cheguei ao fim. Mas que dor era aquela que eu estava sentindo? Que vazio era esse? Eu gostava tanto assim de Phantom Seer? Por que diabos fiquei me sentindo mal e com um vazio por dentro durante algum tempo depois?

Percebi a resposta.

Os dois autores arriscaram dias e até mesmo opções de vida para conseguirem escrever uma história. Talvez eles só fossem ter uma única chance na vida de entrarem para a Shonen Jump. E lá estavam os dois, cancelados, fazendo o último capítulo. Eu vi, naquela sutileza toda das páginas finais, a dor e o orgulho pelos textos finais do capítulo, pelo adeus a sua querida história e seus queridos personagens. Eu sei, porque eu senti o mesmo! Eu ia realmente nunca mais me encontrar com aqueles personagens? O que eles iam fazer depois? Como ia continuar a vida deles? O Iori e a Aibetsu ficariam bem? Ia terminar em romance? Será que eles iam ser felizes? Não quero que eles vão embora! Não quero me despedir deles! Por que eu estava me fazendo todas essas perguntas?!

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Eu sei a resposta. Não existe remédio no mundo que faça o que histórias e personagens fazem conosco. Uma simples história de mangá consegue ir desde fazer um momento do seu dia melhor a até mudar a sua vida, servir de inspiração para alcançar os seus próprios sonhos. Eu amo histórias. Eu amo personagens. Não quero me despedir desses vários mundos que eu conheci, jamais! Quero continuar acompanhando eles! Não vou vê-los nunca mais?!

É interessante como uma única vida é feita de várias outras menores. Se você pensar na sua experiência, vai constatar isso. Falo da minha, porque é a que tenho. Posso dividi-la em muitas diferentes, com situações diferentes, personagens diferentes, cenários diferentes e até com o protagonista diferente. No caso, eu. Porque mudei bastante e continuo mudando, não sou igual ao que era.

Então, foram múltiplos tipos de vida que tive. Que tiveram seu tempo e que não voltam. Acabaram.

Mas, por fazerem parte da minha bagagem, continuam comigo. Ou seja: acabaram, mas não deixaram de existir.

Um dia ei de me tornar trilionário! Já sei exatamente o que farei. Vou abrir meu estúdio de animês no Japão e, como não precisarei de lucros por já ser um trilionário, vou convidar estes autores de mangás precocemente encerrados para adaptarmos em anime seus curtos mangás, mas com eles podendo fazer as mudanças que queriam e extendendo a história o quanto quisessem! Já até sei quem será o meu primeiro escolhido, Iwamoto Naoki, autor do meu querido Magico! Outro mangá da Shonen Jump que fora cancelado de maneira justa cedo. Tudo também vai ser acertado com as editoras. Elas vão lucrar com algo que nem esperavam mais ganhar um mísero centavo! No fim, todos saem ganhando! E mais pessoas vão poder conhecer esses mundos.

Pois é, eu sou fraco para despedidas. Odeio finais. Queria que tudo durasse pra sempre! Digo isso, mas jamais toquei ou cheguei perto de Boruto. E olha que eu amo de paixão Narutinho.

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Por que decidi escrever esse post?

Porque estava triste.

Hoje, ninguém mais fica triste. Hoje, as pessoas ficam furiosas ou depressivas. Ou é a indignação ou é a doença. Ou o punho fechado batendo no peito ou o remédio tarja preta. A tristeza é considerada um sentimento menor, uma humilhação. Você não pode medir a dor do outro. Só pode medir a sua, e, ainda assim, usando como parâmetro dores que já sentiu.

phantom seer shonen jump manga

Ter dado adeus a Phantom Seer doeu muito mais do que eu imaginaria. E isso vai continuar acontecendo. Agora temos contato com todos os mangás da Shonen Jump. Como é bom poder se preocupar com coisas como essas em mundo em que as pessoas só se preocupam em serem fiscais da verdade. Ainda bem que temos a Shonen Jump mais perto de nós. Ainda bem que temos tantas histórias e personagens incríveis ao nosso lado todo dia e sempre daqui em diante. Com isso podemos viver várias vidas diferentes e ter momentos felizes e mudanças importantes nas nossas vidas.

Você é quem torna os seus problemas fáceis ou difíceis. E que, mais do que isso, alguns problemas nem problemas são: são meros obstáculos, que você contorna ou evita ou passa por cima. E assim espero que todos estes autores, novatos ou experientes, tenham em mente para continuarem nos trazendo histórias e personagens memoráveis.

Weekly Shonen Jump

A vida é assim, tudo tem seu fim.

Para a frente! Quem não está pronto para mudar não está pronto para viver. Que venham muitos mais Phantom Seers na minha e na sua vida!!

Não sei mais o que dizer. Sei que a vida de um mangá na Shonen Jump implica risco de morte a qualquer momento. E talvez por isso esta seja a maior revista de quadrinhos que a história já viu.

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