A grande surpresa de 2015 e um dos melhores animes do ano!
Seis seres são escolhidos por uma deusa para se tornarem heróis e salvarem o mundo do despertar de um demônio antigo, com cada um dos escolhidos recebendo poderes. Adlet, um garoto arrogante que diz ser o guerreiro mais forte do mundo, foi um dos escolhidos. Os seis são designados para ir a um local predestinado, mas ao chegar lá se veem em sete. Um deles é um impostor. Os heróis acabam achando que o sétimo é um inimigo e a suspeita inicial cai sobre Adlet.
Rokka no Yuusha é originalmente uma light novel publicada desde agosto de 2011 pela editora Shueisha, que já se encontra com seis volumes encadernados e possui a autoria de Yamagata Ishio (história) e Terui (arte).
Em julho de 2015, na temporada de verão japonês, a light novel de ação, aventura, fantasia, mistério e suspense recebeu uma adaptação em anime pelo contestado estúdio Passione, que anteriormente havia feito um péssimo trabalho com Rail Wars!. Ao todo foram 12 episódios incrivelmente envolventes e que tornaram o anime um dos melhores de 2015 e talvez a grande surpresa do ano.
Rokka no Yuusha pode não ser nenhuma obra-prima, mas é muito competente no que se propõe. O autor fez um trabalho realmente ótimo e que é muito importante em obras de suspense: a ambientação.
Como todo bom thriller, a tensão aumenta a cada episódio. Mesmo em pouco tempo, o anime consegue criar ideias no telespectador e faz com que ele sinta um misto de emoções, o que é fundamental em suspenses. O bom thriller, em sua essência, baseia-se nas emoções que causa e não tanto em elementos de estrutura narrativa, apesar de Rokka no Yuusha também ter isso como ponto positivo. O objetivo de um thriller é manter a audiência dos leitores/telespectadores para que sempre estejam a espera de que algo muito impactante ocorra na história. O gênero estimula as emoções do público, dando a ele um alto nível de antecipação, expectativa, incerteza, surpresa, ansiedade e, por vezes, medo. E podemos dizer que Rokka no Yuusha conseguiu, com muita autoridade e consistência, fazer tudo isso nesta adaptação em anime.
Primeiramente, a obra consegue necessariamente ter a intenção de despertar excitação e nervosismo nos telespectadores. Como já foi citado anteriormente, a tensão é um condutor da obra. Estas emoções são mais intensas nos momentos decisivos.
Em segundo lugar, Rokka no Yuusha consegue, assim como todo ótimo thriller, deixar que todos fiquem sempre em dúvida quanto ao desfecho dos acontecimentos e do destino dos personagens. A ideia é que o público crie hipóteses apenas para mudá-las mais tarde, com o curso da história. Isto mantém todos nós imersos no anime, fator imprescindível para que o telespectador atinja o ponto de tensão intendido pelo autor e pelo diretor.
Por último, as expectativas criadas devem ser verossímeis, mas falsas. Ou seja, o público deve ser levado a acreditar em um fato que parece verdadeiro, mas que depois se mostra enganoso. Assim, ele se mantém sempre incerto, inquieto e ansioso. No anime, apesar de ainda não termos tantos acontecimentos, isso já é um fato bem visível e presente na história. É importante ressaltar, também, outros dois elementos narrativos presentes frequentemente em thrillers: o pouco tempo (em geral, contagens regressivas, como nos filmes da franquia Jogos Mortais) e o dispositivo do labirinto. A corrida contra o tempo, nada mais é do que a escassez de tempo que o protagonista tem para chegar à resolução da situação/problema apresentada na história, ou seja, há um prazo. Este prazo pode ser determinado por diversos fatores.
No caso de Rokka no Yuusha, os sete heróis se veem presos e confinados num determinado e pequeno local da floresta que é cercado por uma barreira mágica, que lhes impedem de sair. O local central que ativou a barreira é ainda o único e desconhecido lugar em que se pode obter pistas sobre um determinado acontecimento da história. Tudo isso cria inúmeras incertezas e suspeitas que levam os personagens ao nervosismo extremo a ponto de a qualquer hora esses elementos levar alguém do grupo a perder a razão ou a sanidade mental, criando conflitos e um jogo de acusações entre si próprios. Já o dispositivo do labirinto acarreta em uma constante confusão do protagonista, isto é, ele constantemente se perde mentalmente no processo de resolução do problema da obra, o que aumenta sua angústia e a angústia do leitor. E mais uma vez vemos o Yamagata Ishio-sensei se mostrando um grande conhecedor do tema e do terreno que está mexendo, ao observarmos esses mesmos pontos em Rokka no Yuusha, conseguindo ir até mesmo além, fazendo com que não apenas o protagonista da história passe por essa confusão na tentativa de resolver o problema/enigma, mas sim todos do grupo.
Todas essas características juntas, criam um jogo mental para o personagem principal e, consequentemente, para o leitor. O thriller exige à pessoa que o lê/assiste um raciocínio lógico. Em Rokka no Yuusha os personagens já sabem no que se meteram. Já sabem as ”regras do jogo”, pois o despertar do rei demônio e a escolha dos seis heróis é algo que acontece por vários momentos da história daquele mundo. O leitor também já sabe o que aconteceu e as ”regras do jogo”. A tensão fica por conta do modo como o impostor, ou os impostores, serão descobertos, o que acontecerá com eles e como tudo aquilo foi feito. O que é muito bacana em Rokka no Yuusha, afinal um daqueles personagens que você gosta e já criou empatia é o sétimo e falso herói por trás de tudo.
O cenário de Rokka no Yuusha tem um papel de extrema importância na narrativa. O anime se passa inteiro, pelo menos nessa primeira – e até o momento única – temporada, em um ambiente principal, uma parte da floresta. O pouco espaço do cenário ajuda a construir o ambiente de tensão da história. Como os personagens ficam o tempo todo dentro daquele ambiente pequeno e assustador, cria-se um sentimento de ansiedade de que a qualquer momento alguém pode descobrir uma pista no templo ou de que o assassino possa agir. Ao mesmo tempo, o espaço limitado onde a ação ocorre cria uma tensão baseada na claustrofobia, o que nos deixa ainda mais angustiados, assim como os próprios personagens.
O suspense é, na verdade, uma expressão inglesa quase universalmente empregada para se referir a uma mistura de incerteza, de intensa expectativa e, sobretudo, de ansiedade, que são experimentadas à medida que há a iminência de acontecimentos, notícias, decisões, desenlaces ou revelações considerados de extrema importância. Em consequência, o suspense também pode ser considerado, como dito, uma estratégia narrativa para suscitar a curiosidade do leitor/telespectador, que aguardará ansiosamente o desfecho do enigma da narrativa. Além disso, o suspense é alimentado por vários fatores, como a caracterização de um personagem, a forma como este leva o leitor a simpatizar ou a identificar-se com ele, o teor da ação e o ritmo em que se desenrola a narrativa. Quando perfeitamente desenvolvidos e articulados, tais fatores se tornam um dos artifícios mais eficazes para despertar, manter e incrementar o interesse pela obra.
Nesses pontos temos que dar os méritos não apenas para o autor da obra, Yamagata Ishio-sensei, como também para toda staff do anime, principalmente para o diretor Takahashi Takeo, que soube incrementar todos esses elementos e conduzir a história com maestria. Nada do que ocorria durante os episódios era jogado à toa na história, seja uma atitude ou fala de um personagem, até como o vento ou qualquer outra casualidade que acontecia. Tudo tinha uma ligação ou relação com acontecimentos futuros. Toda aquela dúvida que tínhamos no começo com o estúdio Passione e demais envolvidos no projeto foi embora rapidinho, felizmente.
Os personagens de Rokka no Yuusha são muito bons e carismáticos. Isso contribuiu muito para engrandecimento da história. A todo momento você se via adorando e torcendo para uns e ficando com raiva e acusando de impostor os outros. Você consegue até mesmo suspeitar do protagonista! Mas talvez o mais incrível nisso tudo é que o autor da light novel conseguiu fazer tudo isso só no primeiro volume de Rokka no Yuusha!! E o anime, justamente, cobriu apenas esse volume inicial. Tudo isso, inclusive, com uma trama tranquila para qualquer um entender. Dessa forma, fica claro o tamanho absurdo de potencial da obra e do próprio autor. Tem muita coisa ainda pra rolar nessa surpreendente história, que também nos traz momentos divertidos, realistas e de romance.
Sendo assim, Rokka no Yuusha é, de fato, perfeito dentro do que se propõe, e consegue explorar ao máximo esses aspectos para fazer uma ambientação maravilhosa e envolver facilmente os telespectadores, principalmente os fãs do gênero, como eu, hahaha. O plot principal pode parecer não tão criativo assim, mas todas as engrenagens que compõem ele tornam tudo muito interessante e digno de um excelente thriller psicológico. Recomendo demais Rokka no Yuusha!
Espero que tenham gostado da análise, não deixem de assistir o anime e até a próxima!!
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Att, Gekkou Hayate
Melhor anime do ano sem dúvidas. E por mais que não haverá uma segunda temporada, devido às baixas vendas dos dvd’s, agradeço demais esse anime por ter me levado a conhecer as melhores light novels que já li! Quem gostou do anime é quase que obrigatório ler a continuação.
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Depois ver o anime, devo ler qual volume, capitulo da novel?
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Assim como o post diz, a partir do segundo, já que o anime cobriu apenas o volume inicial da obra.
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cara, por favor, se você souber da existência do volume 5 traduzido para inglês por favor me mande o link.
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Ainda não foi traduzido
estão esperando ser licenciado, há rumores de que já vão publicar nos EUA
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Vou tentar dar um nova chance pra esse anime depois dessa review… dropei ele lá pelo 6 ou 7 porque por mais que a história parecesse legal, os personagens são zero carisma pra mim, um amontoado de fórmulas prontas e caricatas que cansei de ver em outros animes.
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Ih, se tu dropou pelo episódio 6 ou 7 acho que nem adianta tentar de novo.
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… sei lá, eu curti o anime, até o achei divertido, mas não achei ele essa coca-cola tda não. Ele tem uns pontos bons como os poderes dos personagens, trama, mas acho ela um pouco mal trabalhada, lenta.
Pelo número de epis e de personagens, acho q dava para os desenvolver bem mais, praticamente não sabemos nada dos outros personagens q não o Adlet, a princesa e a fremmy (provavelmente esses nomes devem estar escritos errados).
Não sei se assim é feito na novel tb, mas para 12 epis, dava para ter mais coisa ae.
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Mas é bem óbvio o porquê de ter sido lento ou de não termos conhecido os personagens mais afundo, afinal o anime adaptou apenas o primeiro volume da light novel. Esse foi só o primeiro arco da obra. Na minha opinião, isso foi sensacional, porque 90% dos animes adaptados de light novels são feitos na correria e cortando muita coisa. Esse ficou perfeitinho e muito fiel a obra original. Foi um anime para convidar o pessoal para conhecer Rokka no Yuusha. Lá no Japão eles sabem muito bem que esse é apenas o primeiro arco da história, enquanto pro nosso lado do mundo o pessoal não tem ideia. Talvez por isso a confusão.
Um negócio tão interessante como o que vimos nessa temporada é apenas o começo da história. Imagina ainda o que virá pela frente!
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O final foi decepcionante demais. E depois li uns spoilers da história que me deixaram ainda mais decepcionados. A redundância dos ocorridos me parece um problema gigantesco, tanto quanto a limitação que o primeiro “volume” ou “temporada” impôs, num anime que é para ser “fechado” discordo de você, ele não cumpriu com o que se propôs. Caso houvesse a intenção de uma second season, poderiam ter confirmado no final, talvez fosse menos frustrante – para mim.
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Não achei o final nem um pouco decepcionante. Eu acompanho a light novel em inglês e tudo o que ocorreu lá fez e ainda fará bastante sentido, pode ter certeza.
Não vejo de maneira alguma eles terem adaptado o primeiro volume da LN no anime como limitação, muito pelo contrário. Pra mim isso foi sensacional, vide a maioria de animes adaptados de light novels que são corridos e cheios de furos. Não teve limitação alguma, eles apenas optaram por adaptar o volume inicial da obra, que seria uma bela porta de entrada para tudo o que virá a seguir em Rokka no Yuusha, afinal aquele foi apenas o primeiro arco da história.
O anime nunca teve a intenção de ser fechado, não sei dá onde tu tirou essa ideia, haha. Portanto, na minha opinião, ele cumpriu perfeitamente com o que se propôs, ainda mais no que se diz respeito ao thriller, que foi o que eu me referi na análise.
Dificilmente confirmam no final de uma temporada já o anúncio da outra. Isso depende, em sua maioria, das vendas dos BDs, do boost na obra original e dos goodies. Pra gente é sempre frustrante ficar sem nova temporada de algo que gostamos ou estamos afim de acompanhar, entretanto tem que se ter em mente que o anime não é feito pra nós, mas sim para os japas. Pra eles o anime foi uma excelente porta de entrada para conhecer a light novel e descobrir o que virá a seguir na história de Rokka no Yuusha.
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Um dos melhores do ano, a unica coisa que me chateou e que na metade dos episódios teve uns cornos que soltaram spoiler da identidade do sétimo nos comentários do anitube, deu um odio doido.
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Assisti depois dessa sugestão! Achei interessante no início, me enjoei um pouco no meio, achando que eles iriam acabar lutando contra o demônio sem saber quem era o 7º (kkkk). Prosseguindo por curiosidade, me apaixonei pelo aniime! Não consegui parar de ver, até procurar pelo tal 13º episódio (AHHHHH).
Agora não sei se vou aguentar ficar sem ver spoiler, até uma segunda temporada (se é que vai ocorrer).
Valeu pela dica!!
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Concordo com vocês da GG, Rokka no Yuusha, foi uma das melhores light novel em Julho. E olha que tivemos boas estreia que competiram com ele, muita gente que apostava no GATE ou God Eater (Que nem conseguiram terminar HAHAHA), mas acho que Rokka no Yuusha foi um dos melhores animes desta temporada de verão.
Afinal temos um protagonista inteligente e extrovertido, que consegue convencer todo mundo que é o “Bonzinho” da parada hehehe.
Estou muito ansioso pelo final, será que alguem ainda morre ai GG kkkkk???
HD.
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