Primeiras Impressões: Setsuna Graffiti

A dor de seguir em frente e a busca de um propósito…

O segundo título random nessa brincadeira de escrever análises sobre obras sorteadas aleatoriamente em sites de animangás foi Setsuna Graffiti! Uma grata surpresa! O primeiro post de primeiras impressões desses sorteios foi Oshi no Ko, mangá escrito por dois autores famosos e que conta a sujeira que é a indústria de Idols no Japão.

Setsuna Graffiti é um mangá de 2014, completo em 4 volumes, que foi publicado na famosa revista Aria, da Kodansha. É uma revista dedicada a obras shoujo, apesar de não ser obrigatório apenas shoujos serem serializados nela. A autora, Kino Hinoki, é conhecida por ter cuidado da arte do mangá No. 6. Antes disso ela costumava fazer doujinshis. Sempre muito bacana ver um autor ”amador” conseguir chegar a uma serialização numa grande revista. Apesar de ser classificado como shoujo, vejo Setsuna Graffiti mais como um seinen mesmo. Não tem nada de romance besta de 4ª série ou yaoi. É uma obra pé no chão e que acompanha a jornada de dois amigos.

O estudante, Kou, deixa a casa de seus avós em Tóquio e retorna para sua cidade natal, a vila de Yamami. Um incidente de infância deixou Kou com um medo paralisante de fogo, mas em Yamami ele conhece um “Aprendiz de Feiticeiro” que muda sua atitude em relação ao fogo para sempre.

Ler os primeiros capítulos de Setsuna Graffiti foi uma boa experiência. Me surpreendi com a profundidade que a autora deu para o Kou, protagonista, e depois me surpreendi ainda mais com os caminhos que a história rumou. Vocês já perderam alguém? Não é fácil vivenciar a dor, não é fácil lidar com a dor todos os dias, não é fácil passar pelo luto, não é fácil se ver obrigado a seguir em frente… ”Afinal, a vida é assim. A vida segue”. Tentamos esquecer, ao mesmo tempo que nos sentimos meio mal por fazer isso. Tentamos seguir em frente, buscar nossa felicidade e nossos sonhos, ao mesmo tempo nos sentimos culpados por fazer isso, com a sensação de que aquelas pessoas já não existem mais. Como seguir em frente e ter que lidar com tudo isso. A vida consegue ser muito simples e, ao mesmo tempo, muito complicada. Imaginem isso para uma criança. Imaginem uma criança voltar pra casa e se deparar com tudo pegando fogo, bombeiros e algum conhecido por lá dando graças a Deus por você não estar naquele local na hora da tragédia. Pois é, foi isso que aconteceu com o Kou e é com todos esses dilemas que ele tem que lidar.

Em muitos momentos de nossas vidas nos vemos meio travados. Ou por não saber o que fazer no futuro, ou por perceber que estamos crescendo, ou por percebermos que mudamos por causa da dor que passamos, como se estivéssemos em uma realidade diferente dos outros e de seus amigos. Quando Kou volta para sua cidade natal, ele vai com o objetivo de superar o seu medo pelo fogo e de tentar sair desse estado de ”parado no tempo”. Voltar a viver e, de fato, seguir em frente. Aceitando que pode ser feliz. Talvez uma das melhores maneiras para se conseguir isso seja através de fazer aquilo que você ama. Para o Kou era com fogos de artifício, que justamente envolvia pirotecnia.

Quando jovem, Kou conheceu um garoto no dia de um festival local. O garoto fez ”feitiços” que resultaram num lindo show de fogos de artifício. Agora mais velho, Kou acaba por reencontrar essa mesma pessoa e sua vida e motivações voltam a caminhar. A chance de fazer o seu tempo voltar a andar. E no meio de toda essa profundidade que a autora conseguiu dar ao personagem em tão poucas páginas, o mangá caminha para mostrar a jornada de superação do protagonista com esse seu novo amigo. E o mais curioso de tudo, que me pegou de surpresa, o garoto vai parar num grupo de pessoas que faz pirotecnia, mexem com fogo! A minha surpresa não foi por ele ter tentado superar o trauma e o medo do fogo se envolvendo com isso, mas sim que esse mangá acompanha dois amigos que sonham em se tornarem pirotécnicos. Sim, que coisa mais aleatória, não acham? Mas por isso mesmo que é tão interessante. A história é um slice of life com drama, amizade e comédia, então acaba encaixando legal esse tema. O grupo em questão, que são parentes desse amigo do Kou, são muito divertidos e ótimos personagens. Portanto, além de termos um possível enredo bem construído, temos também personagens carismáticos.

Acredito que quatro volumes seja, realmente, mais do que suficiente para uma história dessas. As pessoas que leram todo o mangá comentam que a autora mostra várias técnicas e formas de pirotecnia com fogos de artifício. Então isso daí não está só na história ”pra bonito”, ela realmente pesquisou sobre o assunto. Com esse pano de fundo legal, o que me parece ser o principal foco do mangá: a volta à vida de Kou, pode ser muito melhor trabalhada.

Como eu li apenas o comecinho do mangá, não sei se a história se perde um pouco mais pra frente, mas não deixa de ter um começo bem promissor e interessante. Não achei Setsuna Graffiti algo acima da média, tanto o enredo quanto os personagens, entretanto o título é bem bacana. Um seinen slice of life pra você ler de boa, tranquilo. Um mangá legal de ter conhecido.

Não posso deixar de comentar sobre a arte. É maravilhosa. Dá bastante profundidade, impacto e imersão, assim como as ótimas montagens de quadros da autora em cada página. Com certeza um ponto muito positivo da obra. Fiquei interessado em continuar com a leitura e é um mangá que eu recomendo, nem que você leia apenas o capítulo #1 e já fique satisfeito com isso. Setsuna Graffiti com certeza eu acabaria não conhecendo se não tivesse feito esse esquema de usar o busca aleatória do MangaDex. Dei sorte!

Espero que tenham gostado e até o próximo post!! \o/

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Um comentário em “Primeiras Impressões: Setsuna Graffiti

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