Na Anime Expo 2014, Butcher revela algumas coisas interessantes.
Urobuchi Gen é uma celebridade que dispensa ressalvas. Quem não conhece um dos melhores animes da década? Quem nunca ouviu falar de uma das maiores VNs de horror? Os fãs de Fate tiveram a sua série interpretada pela visão mórbida de uma das maiores figuras contemporâneas da indústria animística, e ele vem consagrando o seu nome neste lugar e fará, segundo próprio, por mais anos vindouros.
Esta é uma entrevista do Urobuchi com o ANN feita na Anime Expo desse ano.
Fonte: ANN
ANN: Gostaria de começar esta entrevista esclarecendo qual é a sua posição atual. Você parece ser visto como um freelancer, mas ainda tem alguns vínculos com a companhia Nitro+…
Urobuchi: Eu ainda estou com eles. Na verdade, sou um dos fundadores da Nitro+.
Ah, caramba. Acho que muita gente – inclusive eu – não tem ideia de tudo que a Nitro+ realmente faz. Alguns pensam que é uma companhia só de visual novel.
Nitro+ faz muito mais do que isso. Nós fazemos contrato com várias companhia quando planejamos histórias, através de numerosos formatos. Pra falar a verdade, Nitro+ é uma subdivisão de uma companhia maior, chamada DIGITURBO, formada para nos permitir mais liberdade nos projetos que queremos fazer.
Nas suas obras, o universo pode ser cruel e coisas ruins acontecem frequentemente com pessoas do bem, mas você apoia as suas lutas pelo bem num universo tão injusto. Você se vê mais em personagens puros como Madoka, Akane e Kouta, ou coloca mais de si mesmo nos personagens impuros desses mundos?
Às vezes, quando vejo que alguém é um espírito da justiça… sinto como se quisesse destruí-lo! (Risos) Mas sério, o que tento fazer é criar algo convincente. Bem e mal precisam estar no mesmo chão, para que cada um tenha a chance de ser vitorioso.
Em Fate/Zero, muitos personagens possuem uma convicção forte de que não podem entender a perspectiva do outro, mesmo entre mestres e servos, mas como um escritor, você tem que olhar por todas as perspectivas. Como você conseguiu escrever uma variedade de personagens tão grande com tantas mentalidades e crenças incomparáveis e fazê-los serem fortes e verdadeiros para si mesmos?
Eu acredito que se você quer realmente fazer todos os personagens numa obra serem diferentes, então você precisa da necessidade de enfatizar essas diferenças entre eles. Na verdade eu acho mais fácil escrever personagens com ideologias que se diferem, pois eu prefiro escrever cada personagem como um indivíduo. É mais fácil de abordar. Por exemplo, Saber, Gilgamesh e Iskander são todos parecidos mas têm diferentes abordagens de modo radical, assim eles se interagem muito bem.
Makishima Shougo de Psycho-Pass parece crer que ele nasceu na era errada, como se houvesse uma era em que ele pertencesse. Ele não tem um lar no mundo de Psycho-Pass, então como você acha que ele se sentiria na sociedade moderna do nosso mundo?
Nosso mundo e o de Psycho-Pass não são completamente alheios, há muitos conceitos, problemas e questões compartilhadas. Se Shougo vivesse no nosso mundo? Penso que ele encontraria felicidade e liberdade. Mas um dos temas mais importantes que eu tentava convencer na criação de Psycho-Pass era o “medo” no mundo. É por isso que ele tem essa sensação de se sentir fora do lugar.
Você mencionou que um dos temas centrais em Psycho-Pass é o medo, isso é interessante, dado os eventos recentes. Um certo episódio do re-lançamento foi cancelado após a notícia de um terrível assassinato. Coisas como essa parecem ser uma reação comum para eventos chocantes no Japão.
Honestamente eu não me sinto preocupado com isso, não acho que devo evitar de escrever ou mostrar coisas assim por medo de copiarem os meus trabalhos. Sempre haverá a possibilidade desse tipo de tragédia acontecer, o mundo é assim.
Em Kamen Rider Gaim, diversos personagens são atormentados por diferentes tipos de poder, seja força física, influência sobre as pessoas ou o poder do conhecimento e segredos. Que tipo de força ou poder particular seria a sua “fruta proibida”?
Ah, essa é uma pergunta bem difícil! Bem, é que, quando estou trabalhando, estou sempre trabalhando com outras pessoas, certo? E sempre haverá aquelas influências externas que te faz duvidar de suas ideias e capacidades. Acho que a força que eu mais gostaria é um tipo de força interna: o poder para confiar nas minhas próprias convicções.
Você já trabalhou em diversas visual novels que contêm conteúdo sexual explícito. Uma opinião frequente no mercado de games japoneses para PC é a de que um jogo precisa de cenas de sexo para vender. Você acha que a habilidade de incluir conteúdo sexual nessas histórias te dá mais liberdade criativa, ou se sente mais pressionado ao colocar erótica desnecessária a fim de ajudar o game a vender?
Meu primeiro pensamento quando crio algo é “Eu quero criar algo que seja interessante.” Isso é o que me deixa feliz e criativamente satisfeito. Se elementos sexuais ajudam a criar algo interessante, eles não são desnecessários.
Já joguei várias visual novels da Nitro+. Saya no Uta provavelmente é uma das minhas favoritas porque é totalmente esquisita. O que me intriga especificamente é que embora o jogo contenha cenas de sexo, elas acabam sendo horripilantes, em vez de excitantes.
Ah, obrigado pelo elogio! (Risos) Isso fazia parte da intenção, já que horror obviamente pode ser um componente da experiência sexual.
Você trabalhou em um monte de fantasias e ficções científicas até então, mas que novas ideias ou gêneros gostaria de escrever que ainda nunca tentou?
Eu realmente gostaria de fazer algo no gênero steampunk. Eu também tenho muito interesse em fazer um jogo de mundo aberto. Que nem Skyrim!
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