A política do medo
Apostas, sacrifícios, riscos: tais atributos são derivados da coragem que todo shounen deseja passar, e que Shingeki não é exceção, mas faz com menos sutileza que os demais.
Eu comumente chamo a atenção para a política em Shingeki, mas como falei em posts anteriores, ela é aplicada de forma bem superficial, a nível básico, de escola. Em outras palavras, é um mero plot device que Isayama usa para gerar conflitos. O que não nego a sua efetividade, ele a usa muito bem neste quesito, de forma que cria-se uma atmosfera de suspense social e prende o leitor na narrativa. Mas só isto não basta para ter um bom drama no ápice dos conflitos. É aí que Isayama pecou, neste cap. em específico.
A narrativa foi estruturada em cima de premissas falsas que foram reveladas previamente aos leitores, para confundir a mente do pessoal, que, quando fosse revelado o equívoco em crer nessas premissas, se surpreendessem. Mas para isto tinha que haver um flashback, ou pelo menos um fato ocorrido no passado que justificasse o suspense atual. Esses fatos anteriores não foram mostrados, e por isto ficaram como flashbacks no capítulo. Mas os flashbacks foram jogados cruamente no meio do narrativa, e ficou nítido – principalmente quanto ao conflito do Capitão da PM – que só foram “inventados” para dar dramatização no conflito. Parecia até um retcon, recurso narrativo que os autores usam para “criar do nada” fatos passados que justifiquem o presente. Foi simples, foi interessante, mas ao mesmo tempo desagradável, mais pela falta de opacidade da intenção do Isayama.
Muita coisa no capítulo tinha uma natureza previsível, exceto a revelação do rei sentado no trono não ser o rei verdadeiro, e sim um farsante. Serviu para confirmar algumas coisas que já eram iminentes, como a liberdade da tropa de exploração – foi até bom ninguém morrer – e o sucesso do plano de Erwin. Foi transitório pois não teve muito enfoque na reação dos nobres ao serem descobertos pelos militares. E como Erwin disse, o caminho que a humanidade terá que percorrer é muito mais perigoso agora. Isto é, a narrativa em si tá quase explodindo na catarse, visto que mesmos os vilões dos arcos – a PM – se aliou a causa da Tropa de Exploração, o que mais pode mover o enredo senão a morte da Historia ou a invasão dos Titãs?
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Por, Kouma
Com a parte politica da historia resolvida em partes, acho que ja pros titas aparecerem rsrs
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