“Imagine um improvável e encantador mundo onde tudo é possível. Imagine um mundo tão vasto quanto o  universo. Imagine um mundo criado pelos seus sonhos mais loucos. Esse mundo se chama Dreamland!!”

Eu gosto de shonen de porrada, muito provavelmente você também. E todos que apreciam a nobre arte de ver um garoto de 15 anos resolvendo seus problemas através da brutalidade e da violência apreciarão Dreamland.

Dreamland é um mangá francês, ou o termo que eu acabei conhecendo: manfra. Criado por Reno Lemaire, Dreamland é lançado pela editora Pika (sem trocadilhos nos comentários, por favor, somos um blog de família). O manfra é lançado desde 2006 e hoje conta com 12 volumes e ainda está em publicação, infelizmente ele não está completamente traduzido tanto em inglês quanto em português, então não estranhe de só achar 74 capítulos pela internet.

Aqui nós seguimos Terrence, um garoto completamente normal, que tem sua vidinha de adolescente de 18 anos como muitos, com a garotinha que ele gosta no colégio, os amigos, as preocupações com as provas e com o futuro. A maior diferença entre Terrence e seus colegas é o fato de que a mãe de Terrence morreu num incêndio quando ele tinha 7 anos de idade.

Pelo fato de sua mãe ter morrido num incêndio, Terrence adquiriu pirofobia, medo mórbido de fogo. Uma noite, ele acaba tendo pesadelos com a morte de sua mãe, pois demônios do fogo, nos sonhos dele, estavam tentando se alimentar de seu medo. Mas inesperadamente Terrence supera seu medo e absorve o demônio e vira um viajante, uma pessoa que tem controle de seus atos no mundo dos sonhos, a chamada Dreamland, além disso, ganhou o poder de controlar o fogo quando está em Dreamland. A partir disso vemos a construção de um mundo infinito.

 Eu não vou enrolar nesse review e direi logo que o ponto forte de Dreamland é o mundo infinito de Dreamland. Quando um autor faz um mundo completamente novo e até então impensável e que pode acontecer qualquer coisa, para mim é algo que acaba sempre me surpreendendo e agradando. A imprevisibilidade do mundo de Dreamland acaba me chamando muita atenção e cada vez mais coisas loucas acontecem.

Claro, isso não teria graça nenhuma se o mundo que o autor cria é sem graça ou não faz sentido nenhum, mas o autor constrói muito bem seu mundo e o deixa cada vez mais instigante, fazendo o leitor querer saber o que tem mais nesse mundo inexplorado e perigoso que é Dreamland.

 Mas o mundo de Dreamland não é o único ponto forte que conseguimos tirar da série. Uma grata surpresa ao ler esse mangá e que o autor não esqueceu da vidinha normal do nosso protagonista. Muito longe disso, ele a trabalha junto com os acontecimentos em Dreamland e o que acontece em um mundo influencia totalmente no outro e o que vemos é a vida do garoto mudar completamente aos poucos por causa desse despertar que ele teve em seus próprios sonhos.

 E o lado vida normal de Terrence é muito bom de acompanhar, como eu disse, ele é um garoto normal, com problemas normais, pensamentos normais e leva uma vida normal e é por isso que acaba se tornando extremamente interessante ver a vida normal dele. Por mais que não haja nada de extraordinário, vê-lo com aquela personalidade de vagabundo, pensando em estudar, namorar, encher a cara com os amigos, mulheres, ciúmes e conciliando tudo isso com Dreamland e vendo tudo se influenciando dá até um tom de realidade a mais para um mangá que ao começarmos a ler era só mais um mangá de porrada com poderes divertidos. Claro, não temos dramas e dilemas psicológicos, estamos falando de um mangá de luta, e é até por isso que o aprecio não querer ser profundo nisso, o mangá acaba indo além do que se propõe e não se distorce nenhum pouco por causa disso.

 Assim como o mundo, os personagens aqui são bons pontos na obra. Vários deles extremamente carismáticos, principalmente o grupo principal, e que sustentam o mundo muito bem. Vários deles são bem desenvolvidos em alguma parte, mesmo que a atenção seja fortemente voltada ao nosso protagonista nesse critério.

 Além de tudo isso, o roteiro está longe de deixar a desejar. As aventuras que o grupo principal passa e as tramas que eles se envolvem são extremamente empolgantes e ainda o autor trama coisas maiores mais a frente na obra, criando muita expectativa pelo que ainda vai acontecer. Ainda mais no quesito ação, onde o mangá realmente se destaca, não são em lutas, mas em seqüência de acontecimentos.

Agora em termos de arte, Dreamland começa com uma arte não lá muito bonita, mas ainda assim tinha um estilo bem único. Porém,  como é comum em inúmeros mangás, o autor evolui bastante no decorrer do tempo e Dreamland continua com seu estilo bem único, tanto para cenário quanto para personagens, mas agora com uma arte bem mais agradável.

E bem, é isso, pessoal. Dreamland é um ótimo mangá e um battle shonen espetacular. Extremamente bem feito e com um mundo muito bem construído, amplo e interessante. Eu o recomendo fortemente e até a próxima, pessoal.

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Por, Eru-Marks