Já imaginou se restasse apenas você e mais três amigos na Terra?!
O mangá é de autoria de Yoshitomi Akihito. Teve início em 2009, foi concluído com seis volumes e publicado na Champion RED, da editora Akita Shoten. A Champion RED é a mesma revista responsável pela publicação de outros mangás da Editora JBC: Cavaleiros do Zodíaco – Lost Canvas e Cavaleiros do Zodíaco – Next Dimension. Fiquem abaixo com uma sinopse.
Um misterioso fenômeno erradica praticamente toda a população, causando o colapso da sociedade. Os sobreviventes: Kawamura Masashi, um jovem comum e três meninas, Yaeko, Anna e Sanae. A história acompanha o dia a dia do grupo, que passa seus dias em um ambiente desolado, à sombra dos estranhos acontecimentos que levaram à raça humana à beira da extinção.
Num primeiro momento você pode até se perguntar como um plot com uma ideia tão bacana vem de um mangá que nem mesmo em scans gringas tem, não é? Mas será que isso seria um reflexo de uma possível baixa qualidade da obra? Talvez, mas este primeiro volume do mangá mostrou justamente o contrário. Me surpreendi um pouco em como o autor conseguiu conduzir bem as coisas. Akihito-sensei é um autor cheio de trabalhos e com passagens por diversas editoras. Em geral, ele costuma puxar um pouco para obras com um teor yuri. Até hoje nenhum trabalho seu despontou com grande sucesso. No entanto, isso não significa que algum dos seus mangás não possam ser bons ou de qualidade. Achei os traços do autor em After School of The Earth bem simples, nada fora do comum. Até que combinou bem com a pegada slice of life que ele propõe.
Enfim, o desenvolvimento da trama é muito tranquila e natural, nos reservando um ótimo equilíbrio dos personagens se divertindo com a situação inusitada ao mesmo tempo que cada vez novos mistérios e perguntas aparecem sobre o fenômeno que aniquilou praticamente toda a humanidade. A sensação que o volume #1 deixou foi de que o autor continuará conduzindo o mangá desse modo, o que eu acho ótimo. Temos momentos muito divertidos e engraçados deles arranjando coisas pra fazer, enquanto em outros momentos a tensão, apreensão e curiosidade tomam conta. Os personagens se encaixaram bem na história. Temos o protagonista, Masashi, e as três garotas: Sanae, Yaeko e Anna. Eles possuem estereótipos bem comuns, mas são bastante divertidos e simpáticos, fica fácil acabar gostando deles com o passar dos capítulos. Outra coisa legal é ver os próprios personagens fazendo piadas da própria situação e de suas características pessoais, sejam elas físicas ou não. O humor é sem aquela coisa chata do politicamente correto que infelizmente vivemos hoje em dia. O mais importante é que nos sentimos entre amigos com eles, dando, em certos momentos, até inveja ou vontade de estar lá naquela situação com um fundo tenso. Ainda acredito que com o tempo conheceremos melhor sobre o passado de cada um, assim como já conseguimos dar uma conferidinha em acontecimentos passados da Sanae com sua família e do Masashi com sua irmã e com a garota no qual ele gostava.
After School já mostrou que não terá restrição para cenas de violência, assim como pudemos ver em uma determinada parte desse volume inicial. O mangá é um seinen slice of life de mistério, comédia e romance. Este começo foi bastante promissor e tudo esteve muito bem equilibrado. Conseguimos ver um pouco de tudo dentre os gêneros do mangá. Não sei até que ponto o romance será explorado na obra, mas esse começo ficou bem legal, nada muito sério, mas também nada besta ou desnecessário. Eu espero que continue nessa pegada. Lembrando ainda que os personagens são todos adolescentes, tendo o Masashi já 17 anos, por exemplo.
Em After School o mundo foi erradicado por criaturas chamadas Phantoms, que são uma espécie de sombras sólidas, ou gosmas pretas grandonas que, quando entravam em contato com o ser humana, acabavam separando as partes dos seus corpos em várias fatias até eles desaparecerem. Algo parecido como se nós estivéssemos sendo puxados aos poucos por um portal ou algo como um buraco negro. Esses Phantoms apareceram repentinamente em todos os lugares do mundo e de maneira bem rápida foram capazes de extinguir os seres humanos. O restante dos animais e afins permaneceram de boa. Era uma grande agonia para as pessoas ter que viver sabendo que a qualquer momento poderia surgir um Phantom na sua frente e fazer você sumir. Sim, sumir. Todos foram, como eu disse antes, meio que sugados em fatias, por isso não restavam corpos e usavam o termo ‘’desaparecidos’’ mais frequentemente do que, por exemplo, ‘’mortos’’. Os próprios telejornais diziam em seus programas de TV que esse era, de fato, o fim da humanidade, fazendo que o conselho dado para as pessoas fosse de ficar ao lado dos que amavam o máximo que podiam antes de desaparecerem.
No atual momento, poucos Phantoms restaram vagando por aí, não é à toa que Masashi e as gurias vivem com bastante tranquilidade perto da situação caótica de antes. Cada um veio de uma cidade diferente e foram achadas pelo próprio Masashi, um cara muito inteligente, criativo e que absorve bem as informações.
Talvez o que eu mais tenha gostado nesse primeiro contato com a obra tenha sido esses mistérios. Em um dado momento, Masashi acaba confrontando um Phantom e, enquanto tentava escapar, conseguiu observar que nas espécies de cabeças desses seres era possível ver estrelas, como se fosse uma visão do Universo. Não bastasse isso, ainda tivemos momentos muito curiosos e instigantes também, como quando Masashi encontra sua irmã, Kiyomi, numa livraria e escuta ela falando com ele sobre um livro que ela gostava. Quando a Sanae chega, a irmã dele desaparece, mas o livro que ela segurava caiu no chão e realmente estava lá! O próprio Masashi pegou ele depois e viu que era um livro que ele tinha comentado que iria comprar pra ela um dia. E o outro momento foi meio que uma viagem temporal, onde Masashi e Sanae entram numa casa que apareceu do nada no meio da rua. Essa casa era o antigo lar da Sanae e lá ela viu sua avó já falecida há 7 anos, enquanto o Masashi acabou vendo a própria Sanae quando criança!! Quando a casa desapareceu, a Sanae chegou até a recordar que havia se lembrado daquela cena quando era criancinha, ou seja, realmente aquilo aconteceu. Bem intrigante, não acham?
Esses temas de mistérios envolvendo viagens temporais, Universo e seres desconhecidos sãp muito interessantes. Fiquei feliz pelo jeito que o autor deu atenção e tratou bem essa parte. Um tema desses gera bastante discussão e interpretação, mas, o principal de tudo, gera um ótimo mistério que consegue cativar quase todos que estão lendo.
Agora, Masashi acredita piamente e vive repetindo para as garotas que ele tem certeza absoluta que um dia todas as pessoas desaparecidas vão voltar. É algo bastante discutível e também otimista por parte dele. Os acontecimentos com as visões da irmã e do salto temporal talvez reforcem essa crença dele, mas ainda é tudo muito incerto. Nada é garantido e isso pode virar um motivo de reflexão para o grupo, assim como já foi um pouco neste primeiro volume. A Yaeko, por exemplo, prefere pensar tanto otimistamente, quanto no caso de ninguém nunca mais voltar, até pra já ir se preparando, na medida do possível, psicologicamente.
O fato de o mangá ter sido concluído com apenas 6 volumes pode significar que tudo isso acabou sendo mal explorado no fim das contas, como também pode muito bem ter sido ótimo, com o próprio autor não conseguindo se prolongar mais do que imaginava ou pelos leitores japas não terem gostado tanto assim, afinal sabemos muito bem que por lá os gostos são bem diferentes em muitas ocasiões. Temos um ótimo exemplo de um mangá dentro da própria JBC que é curtinho e, nem por isso, ruim. Ele é, inclusive, super conceituado ao redor do mundo. Sim, estou falando de Hoshi no Samidare (Lúcifer e o Matelo). Hoshi teve ao todo 10 volumes e ficou perfeito dentro disso. Por isso, acho que o número de volumes ser longo ou curto é algo extremamente relativo.
Tô achando que os rumos que After School of The Earth tomará seguirão nesse estilo do volume #1. Misturando, de maneira ótima e bastante natural, os capítulos divertidos e meio slice of life, com esses momentos de mistério e angústia evoluindo o tema e nos deixando ainda com mais perguntas sem respostas. Acho que mais Phantoms devem pintar por lá pra incomodar a vida deles, haha. Só espero que eles parem de fazer barulhos desnecessários como soltar fogos de artifício ou usar megafones pra saber se tem mais gente viva ou não. Isso, sim, é algo bastante descuidado!
Mas e aí, o que você faria pra aproveitar os dias? Agora é você e mais três amigos com tudo liberado. Eu ia fazer algo no estilo Harvest Moon e garantir primeiramente suprimentos, como comida, gasolina, roupas, água, um local para ficar, entre outras coisas básicas. Depois disso ia zoar por aí, com certeza, hahaha. Uma zoa com moderação, óbvio, já que não dá pra saber se ainda tem alguns loucos ou alguns Phantoms vagando por aí, né.
Eu simpatizei na hora com o mangá quando ele foi anunciado pela JBC. Fui lá e assinei, o que facilita bastante a minha vida, mesmo morando em Porto Alegre, uma capital. O serviço de assinatura é muito bom, sem falar que oferece desconto. Só espero que façam logo um sistema pra mim não ter que mandar dados do cartão por e-mail, mesmo sabendo que existe a opção de boleto bancário. Alguém mais tá comprando?
Bom, gente, recomendo bastante After School of The Earth. É um mangá muito interessante e bom de se ler. Você pode acompanhar ele despreocupadamente e apenas pra se divertir ou passar o tempo, bem como, de quebra, ainda ter um mistério bem legal por trás de tudo e que promete! Ele é curtinho, tem apenas 6 volumes, então acho que vale o investimento. Sem deixar de mencionar que a edição da JBC ficou muito boa, com páginas coloridas, folhas boas pra se ler, praticamente aposentando aquele antigo e traumático papel jornal que era comum entre as editoras, apesar de ainda existir. A tradução ficou ótima e a diagramação boa também. Só acho que em certos balões a fonte poderia ser um pouco menor, até pra não ficar algo meio poluído visualmente. Aliás, tô gostando bastante dessa postura da editora em trazer obras mais curtas e não tão conhecidas de maneira geral pelo pessoal. Lógico que ao mesmo tempo a JBC continua trazendo títulos famosos e conceituados, como foi recentemente com All You Need Is Kill e Nanatsu no Taizai, por exemplo. É uma postura inteligente e com certeza dá retornos, ainda mais com a boa divulgação que fazem. Ainda não entendo porque ela ou outra editora demoraram tanto pra fazer isso. Eu mesmo já tinha sugerido isso várias vezes lá no Twitter, haha. O consumidor só tem a ganhar.
Você pode assinar o mangá clicando aqui. Cada volume custa 13,90 e vem com páginas coloridas.
Espero que tenham curtido o post e que ele tenha sido útil pra tirar as dúvidas de vocês se vale mesmo a compra. Não deixem de dar uma conferida no mangá! Até a próxima. o/
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Att, Gekkou Hayate
Eu não curti. Mta falação de peito e pouca história. Só uma desculpa para um harém. Porém, eu já não curto mesmo o gênero.
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bom duas opiniões diferentes, fica difícil ….. bom é na sorte mesmo escolher uma boa obra hoje em dia. Gosto muito do canal aliás! parabéns!
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faz review dos outros volumes tbm, pode ser review curtinho só pra sabermos como a obra está. fikei curioso agora
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Um dos melhores mangás que já li. A arte é maravilhosa, cuidadosa, detalhada, colorida (destaque para as tomadas urbanas). Os personagens são carismáticos e cativantes. Tem um pouco de sacanagem aqui e ali, mas nada que prejudique a história. O enredo prende e o final é emocionante (fiquei realmente surpreso). Uma obra de arte! Recomendo!
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