Coreografias de luta perfeitas!

Sabem o que é uma boa luta? É quando o personagem faz uso de todos os seus equipamentos usando-os sabiamente, usa recursos do terreno, e mais que isso: é quando a luta move o enredo. Lutas colocadas apenas para serem cools são nada além de fanservice disfarçado. Mas em Shingeki, não teve uma luta que foi fanservice, pelo menos que eu lembre. Aliás, estava relendo Shingeki pela terceira vez esses dias, e que experiência… é como se toda vez que eu relesse fosse a primeira. Sempre descobrindo algo que não havia notado antes. Por essa lógica, já dá pra formar várias teorias sobre a origem dos titãs, se levarmos em consideração que esse jeito de deixar pistas mal faladas no mangá é estilo próprio do Isayama.

O ponto forte desse capítulo foi como a luta foi colocada nos quadros. Algo que percebi relendo os capítulos é que Isayam faz muito uso de quadros suspensivos, que transmitem mistério e impactam na página seguinte. Somando isso à imprevisibilidade do mangá, mesmo já sabendo que “alguém pode e vai morrer”, nós nos surpreendemos com suas mortes. E até quando não há mortes ficamos surpresos! Que foi o caso desse capítulo.

Do jeito que as coisas são, não pude deixar de pensar que esse seria o último capítulo que veríamos o Levi. Eu esperava que ele morresse, mas não queria que ele morresse, e ao mesmo tempo que esperava a morte dele tinha expectativa de que ele sobrevivesse nesse capítulo! É esta a ambiguidade que falei acima. Mas isso é culpa dessa narrativa de suspense do Isayama, muito bem feita neste cap! Outros capítulos que houveram lutas também foram assim, imprevisíveis no resultado. Porém, este deu pra notar melhor o uso disso. Não sei se foi porque teve em maior quantidade ou porque transmitiram muito bem a ambiguidade do resultado.

Um ponto mal, não necessariamente ruim, mas que se destacou por vir de algo novo e ser “WTF?” à primeira vista é esse novo tipo de DMT: Pistolas com âncoras. É igual homem-aranha, mas diferentes deste o Isayama não explicou a física do aparelho. Lembro que nos primeiros capítulos ele até consultou um especialista no assunto para ajudá-lo a fazer um design realístico dos DMTs antigos, algo que não ficasse anacrônico pro tempo da série. Eu nem sou o melhor pra falar isso, não entendo de anatomia e tampouco de física, mas até pra um leigo como eu os movimentos desses soldados ficaram estranhos com o impulso da corda sendo puxado do punho. Como eles não perdem as mãos? O antigo DMT fica no quadril, uma parte intermediária do corpo, então quando são puxados vai a parte superior e inferior do corpo levando impulso do gás. Essas pistolas DMT não faz sentido a física, pelo menos porque ainda não tem uma explicação esclarecedora.

Essa sequência que o Levi pega o inimigo com o DMT e o puxa cortando ao meio, fazendo um estrago total no corpo do indivíduo, seguida dessas reações de pasmo dos mocinhos, me fez pensar porquê eles tiveram essas reações. Ou melhor, porquê Isayama quis evidenciar isso. É um velho tema que veio de novo mas com uma outra roupagem. Lembram quando a gigante fêmea perdeu o Eren? Por que acham que ela chorou? A minha interpretação é que ela se sentia arrependida por ter matado tantos companheiros, tantas pessoas, tantos humanos! E no final seu sacrifício ter sido em vão. Essa cara que eles fazem ao verem o Levi matar o cara, é a mesma de quando viram ele matando um gigante pela primeira vez. E da mesma forma, é a primeira vez que o veem matando uma pessoa como se mata um gigante. Pior! Foi mais violento que num gigante. Isso só deixa claro que Shingeki no Kyojin é um mangá mais sobre humanos do que sobre gigantes que comem pessoas. Sobre o inimigo do meu inimigo, sobre objetivos em comum. Porra, é sobre humanidade cara. Sobre sacrifícios! E isso ficou claríssimo nessa página.

Finalizando:

Teoria do Wdeyvision

Ele já nos deu a equação. Só falta calcular.

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Por, Kouma